terça-feira, 24 de novembro de 2015
HISTÓRICO TRÊS MÁRTIRES 1
HISTÓRICO DA COMUNIDADE-IGREJA TRÊS SANTOS MÁRTIRES,
LINHA BENTO GONÇALVES, QUINTA SECÇÃO SEGUNDA SÉRIE OESTE,
NOVA PRATA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Natureza criada por Deus. Terras habitadas pelos indígenas Coroados. Loteadas para assentar, depois 1890, uma maioria de imigrantes alemães cristãos luteranos. A partir de 1920, grande número destes primeiros assentados, provavelmente motivados pelo rápido empobrecimento do solo, vendeu seus lotes e migrou para outros lugares. Os compradores dos terrenos, cristãos católicos, juntamente com os primeiros cristãos católicos assentados, passaram a se organizar em comunidade-igreja na década de 1940.
A fundação da comunidade está descrita assim em ata da comunidade. "Na Linha Bento Gonçalves na paróquia São João Batista, fundou-se no ano de 1942 a capela dedicada aos Três Mártires Riograndenses, construída sobre uma parte de 2400 metros quadrados do lote número 25, adquirida por compra do senhor Augusto Hann e senhora Luiza Hann. A capela inaugurada em 8 de novembro de 1942 tem como sócios fundadores as famílias de Francisco Licks, Antonio Grizon, Alberto Ghering, Miguel Loch, Mateus Simioni, Renato Busatto, José Ghidolin, Pedro Ghidolin e João Ghidolin, tendo contribuído as mesmas nas seguintes ofertas: Francisco Licks, toda a madeira da Capela, com exceção dos cepos, vigas, taboinhas e pedras da escada, doados por outros sócios fundadores. Todos os demais fundadores contribuíram com a quantia de Rr$ 100,00 e 30 dias de trabalho. Pouco tempo depois foi construído o cemitério ao lado da capela, com a madeira toda doada pelo Sr. Francisco Licks e trabalho dos demais sócios".
A capela, quando da construção, foi coberta com taboinhas e posteriormente com telhas de cerâmica. O cemitério, localizado no oeste do terreno, mais tarde foi cercado com tijolos. Os padroeiros Três Mártires das Missões foram escolhidos por sugestão do padre Luiz Mascarello, vigário da Paróquia São João Batista. No ano de 1950 o sino foi adquirido e tocado por muitos anos, ao meio dia e no final da tarde, pelos familiares de Alberto Ghering.
Para as atividades sociais a comunidade construiu um barracão de madeira, coberto com telhas de cerâmica, aberto e de chão batido. Somente a cozinha e o bar eram fechados e o bar com assoalho de madeira. Em seguida, foi construída uma cancha de bochas, sem telhado, com chão de areia, no sul do terreno. Posteriormente, uma nova cancha de bochas foi construída, com chão de areia e telhado de cerâmica, no leste do terreno. Na década de 1970, a comunidade desmanchou o barracão e a cancha de bochas e construiu o atual salão de alvenaria, coberto com telhas de cerâmica. Posteriormente, em etapas, o salão foi ampliado e coberto com telhas de metal. Algumas dependências foram construídas ou melhoradas em momentos diferentes. No sul do salão, foi feita e refeita uma cancha de bochas, com piso de terra, hoje porão. O salão ainda está inacabado. Uma parte deste foi construída fora do terreno da comunidade, em terreno doado pela então proprietária do lote 25, Lorena Ghering.
A comunidade realizou e realiza atividades religiosas e comunitárias, como: celebrações de missas, terços, cultos, catequese, primeira eucaristia, visitas do bispo, missões, novenas de Natal e Páscoa, reuniões de grupos de famílias e de jovens, festas dos padroeiros, de São João, de casamentos e comunitárias, funcionamento do bar aos domingos à tarde, jogos de baralho, bochas, bocha ao cepo e futebol, nos gramados dos vizinhos.
As dependências comunitárias sempre estiveram à disposição dos membros e moradores, prefeitura municipal, sindicato, cooperativa, Emater, partidos políticos e grupos de esporte e lazer.
As relações entre membros e moradores da comunidade, com destaque para as relações entre católicos e luteranos, sempre foram fraternas e solidárias.
Como no passado, a maioria dos componentes atuais da comunidade pratica a agropecuária, hoje com uso de muita tecnologia. Alguns são trabalhadores urbanos ou desenvolvem outros trabalhos. Muitos terrenos na comunidade são de proprietários que não residem no local.
Hermes Lauro Magoga, novembro de 2015.
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