HISTÓRICO
DO INÍCIO DA CAPELA TRÊS MÁRTIRES
(1ª ata na integra)
Na Linha Bento Gonçalves nesta Paróquia,
fundou-se no ano de 1942 a Capela dedicada aos Três Mártires Riograndenses,
construída sobre uma parte do lote número 25, adquirida por compra do senhor
Augusto Hamn. A capela inaugurada em 8 de novembro de 1942 tem como sócios
fundadores as seguintes pessoas: Francisco Licks, Antonio Grizon, Alberto
Ghering, Miguel Loch, Mateus Simioni, Renato Busatto, José Ghidolin, Pedro
Ghidolin e João Ghidolin tendo contribuído os mesmos nas seguintes ofertas:
Francisco Licks, toda a madeira da Capela, com exceção das vigas e taboinhas;
os demais contribuíram com a quantia de Rr$ 100,00 e 30 dias de trabalho de
cada um. Pouco tempo depois foi construído o cemitério ao lado da Capela com a
madeira toda doada pelo Sr. Francisco Licks e o trabalho dos demais sócios.
Outros sócios
José Loch – 1942, Alzirico
Honor Licks, Miguel Guidolin e Alexandre Guidolin – 1946, Adolfo Voll, Arnito Pletch,
Alberto Bristot, Marcos Mansardo, Arthur Brandalise, Livino Ferro e José Câmara
– 1947.
Informações de pessoas antigas sobre as construções
A escolha do local se deu por ser de distância média
entre os sócios da Capela e por ser um lugar alto.
Renato
Busatto doou um pinheiro para serem feitas as taboinhas do coberto da Capela.
As pedras da
escada, os cepos e as vigas foram doadas pelos sócios.
A cruz
central do cemitério é de madeira de canjerana, doada por Mateus Simioni.
A
construção da Capela foi feita pelos irmãos Tacca, juntamente com os sócios.
O salão foi
feito alguns anos depois, era um barracão aberto.
O sino foi
comprado em 1950, da fábrica de J. Bellini e Filhos Ltda, Porto Alegre – RS, no
valor da época de R$ 9.958,00, equivalente ao lucro de aproximadamente 5 festas
da época.
Situação e costumes das famílias e da comunidade no passado
A Linha
Bento Gonçalves, onde está localizada a comunidade de Santos Três Mártires, era
uma linha de colonização diversificada: italianos, poloneses e alemães, estes
na grande maioria, da Igreja Luterana. Os moradores sempre tiveram uma
convivência tranqüila frente às diferentes crenças.
Os
nascimentos eram em casa, feitos por parteiras, muito tempo depois, com o
Hospital São João Batista em funcionamento os nascimentos passaram a ser no
hospital.
No
cemitério havia um local separado, onde eram colocadas as pessoas falecidas,
geralmente crianças, que não haviam sido batizadas
Havia muitas
mortes de crianças, devido à falta de condições de acesso a médicos, pois os
cuidados com a saúde eram difíceis.
O
transporte era basicamente com animais, poucos tinham veículo.
Os recursos
para as construções da Capela foram todos dos sócios, mesmo assim com o que
dispunham em suas propriedades, principalmente madeira.
O tempo
dedicado para trabalhos em construções da comunidade era tirado do necessário
aos seus trabalhos particulares.
Nas
primeiras festas não era feito almoço, somente churrasco e uma porção de carne
ao molho com pão, que eram vendidos aos visitantes.
A escolha
dos Três Mártires, como padroeiros da comunidade, foi motivada pelo padre da época,
Mascarello, por não ter nenhuma com este nome na região. Foram padres jesuítas,
brutalmente assassinados durante o seu trabalho de evangelização, na cidade de
São Miguel das Missões – RS. O nome dos padres era Roque Afonso e João.
Algumas anotações da época chamam atenção
A comunidade
comprava conjunto de lages para sepulturas, quando alguém precisava, com
urgência, era disponibilizado. Após a família devolvia.
O caixa da
capela funcionava como um banco, onde ora as famílias emprestavam dinheiro para
a comunidade, hora a comunidade emprestava dinheiro para as famílias.
As famílias
tinham facilidade e disponibilidade de participação na comunidade.
Determinadas famílias recebiam pagamento da comunidade, para servir
refeições ao padre, quando ele ia rezar a missa.
A
comunidade comprou um altar. Foi quando os padres começaram a celebrar a missa
de frente para os participantes. Não mais de costas.
A
catequese, na maioria das vezes acontecia na casa da catequista.
As visitas
do bispo eram sempre preparadas e aguardadas com muito empenho.
A
comunidade tinha o terço nos domingos.
Toda a
comunidade se encontrava, praticava esportes, o futebol, bocha e cartas. O bar
sempre funcionou.
As
dependências da comunidade sempre estiveram à disposição da comunidade para os
trabalhos do sindicato, cooperativa, prefeitura, emater, partidos políticos.
As primeiras
aulas foram dadas na Capela.
A
comunidade sempre foi unida e trabalhadora, teve seu maior número de
participantes entre os anos de 1970 e 1980, após muitos jovens saíram do local.
A comunidade na atualidade
Mais
recentemente foi construído um salão maior de alvenaria, uma grande parte deste
novo salão foi construído na terra de Lorena Ghering, doada para a comunidade
com esta finalidade.
A capela também
foi restaurada.
A
comunidade tem uma maioria de idosos.
É uma
comunidade relativamente próxima da sede do município.
As pessoas
da comunidade são de boa convivência.
O padrão
econômico da maioria é razoável.
Nas festas
do padroeiro, a comunidade é muito participativa. Nas missas mensais a
participação é boa. Nas outras programações religiosas, como culto semanal, a
participação deixa a desejar.
O meio
ambiente na comunidade está relativamente cuidado, há consciência e
esclarecimento quanto a sua importância.
Achamos que a comunidade deve promover um encontro onde as pessoas levem
fotos e possíveis documentos para ser feito um levantamento histórico.
A
comunidade precisa ter muita atenção com o meio ambiente.
Precisamos
conservar nossa capela de madeira, ela é muito do nosso passado e, com certeza,
será muito do nosso futuro.
(Histórico escrito no ano de 2007, com
provável participação de Hermes Lauro Magoga e Heitor Dionízio Magoga. Quem
mais ajudou a escrever? Digitado segundo original por Hermes Lauro Magoga em agosto
2015 para disponibilizar e guardar.)
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